Como uma grande senzala de barro e bambu, parecia um gigante
salão de pau a pique ou uma casa de
taipa, indefinível porque ser um lugar sombrio e não tinha camas ou qualquer
móvel. Haviam lençóis ou cobertores de retalhos feito a mão espalhadas no chão.
Tinha também alguns buracos disformes que lhes serviam de janelas e alguns com
trapos para lhe proteger do vento.
Era tarde da noite...
Inúmeras mulheres se recolhiam para dormir cada um em seu
canto no chão. Algumas com Bebes de todos os tamanhos e agarradinhas com os
filhos dormiam amamentando, outras com
barrigas enormes mal se acomodavam se revirando de uma lado para o outro
tentando achar uma posição para dormir, na verdade, o espaço era mínimo diante
de tantas mulheres.
As que não se encontravam nestas situações eram as vigilantes
armadas até os dentes apesar das saias de panos de saco ate os pés e os cabelos
compridos e sem corte não tinham nada de
frágil.
Ali nada era falado e o silencio no ar era despertado a meia noite quando um misterioso
cavalheiro lhes roubava a paz. O cavalo era parado bruscamente com frieza pelo cabresto e empinava
relinchando e em segundos sumia.
Apesar da escuridão total dava pra sentir o medo em cada par
de olhos, quase dava pra ouvir os batimentos cardíacos assim que o cavalheiro
sumia. E assim que ele passava deixava seu rastro em alguma das mulheres que se
sentia diferente ou violada de certa
forma, inexplicavelmente se ter se quer tocado em um homem.
Como de fosse um fantasma que deixava um leve toque no corpo
uma sensação estranha que só era percebida
na manha seguinte bem antes do sol nascer. Clareava e todas se
levantavam sem nada entender ou dizer ou sem perguntas a fazer ou responder e
assim se passavam as noites...
A mulher tocada misteriosamente na noite passada acordava
diferente sem explicação pra si mesma, mas em uma noite daquela uma delas resolveu
sair da rotina e sair lá fora e se
arriscar para ver o que realmente acontecia, se fingiu de cega com um grande
porrete na mão ia tocando o chão por onde passava ate que de repente o cavalo
relinchou e a pobre mulher gritou!
Foi horrível. Todas se assustaram, mas sem a luz da lua não se enxergava um palmo diante do nariz não
tinha como sair para aJuda la á não
ser esperar ate amanhecer . Foi a noite a mais longa de todas. Amanheceu e lá
estava a mulher, caída debaixo de uma arvore num sono pesado e ao ser
despertado, parecia abobada e pela mão fora levada para dentro enquanto uma
cuidava outra apanhava a botija e lhe oferecia um pouco de agua fresca.
Cada noite uma mulher era escolhida para ser a mulher da veze
em segundos sem nenhuma explicação e sem nem saber se e foi prazeroso ou não porque
fora exatamente na velocidade da luz que
cada uma era engravidada por um desconhecido.
E assim se fez, todas
as noites...
Porque toda mulher é, e sempre será o único meio de transporte de o homem vir ao
mundo.
E então de manha, cada mulher recolhia o seu leito uma
ajudando a outra liberando o espaço no set para o próximo elenco.
Cortaaaa!
Mayala
Morenna
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