domingo, 23 de dezembro de 2012

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Lar doce


Lar doce

Lugar frio, sombrio logo que cheguei à portaria percebi, apesar do sol ainda posto não pude ver claridade alguma e despreparada de qualquer emoção entrei...
 Corredores, rampas e corre mãos por todos os lados, portas fechadas que eram  precisas, não se tratava de um presídio, mas não deixava de certo ser um cárcere e nada fizeram pra estar ali só amaram e cuidaram a vida toda dando o melhor de si, com sangue e suor e ainda assim foram parar no asilo.
No meio de tanto frio de afeto não pude ver um sorriso e isso me entristeceu por dentro, mas me mantive solo.
Ah, quanta lamentação, quanta lembrança boa no coração e saudade então, esta nem fazia ideia até ver olhinhos ingênuos brilhando acumulando lágrimas que não se continham e não se inibiam em rolar mais uma vez, existia um rio escondido dentro deles e eu nada podia fazer só perguntar pra mim mesma o porquê de tanto abandono, de tanta frieza...  
Vivem em um mundo fechado  anti -social  e egoísta, mas só estão ali pra viver o hoje nem só por estarem juntos quer dizer que estão unidos literalmente diferente do que imaginamos.
Que loucura meu querer abraçar todos eles de uma só vez se só tenho dois braços ou passar algo de bom através de palavras, mas naquele momento minhas palavras sem entendimento seriam indulteis.
Asilo, palavra forte com jeito de morte, morte de amor fraternal, apesar do bom trato na medida do possível nada se iguala a o de um verdadeiro lar. Família? Como pode alguém não ter paciência e naturalidade de cuidar de um idoso desprovido de saúde, idoso esse se não fosse insano incapaz, com certeza jamais colocaria você em um lugar semelhante.

                                                                                                  Mayala Morenna