sábado, 11 de agosto de 2012

Criança também pensa




Uma criança de pouco mais de sete anos parou em um canto qualquer de sua casa e apesar da pouca idade pensou como gente grande:
Eu pensava que pai era um papel muito importante na vida de uma criança e muita vez é...
Como naquela música que eu ouvi em que o pai é herói e bandido. (Fábio Jr.)
Daí então viu pais brincando com seus filhos de índio se pintando fazendo gestos e flechas e era como se ouvisse as risadas.
Era como se tivesse um telão ali na frente do menino, que imaginava pais brincando de bolinha de gude e, quase discutiam no bom sentido por causa de uma bolinha que quicou ou não quicou na outra bolinha.
Brincando de pipa que passaram a manhã toda fazendo e agora juntos, curtem lá do alto vendo qual era a mais bonita.
Brincando de futebol, mesmo que os pais fossem os maiores pernas de pau, o  importante é passar uma tarde inteira juntos, suados, sujos de lama quando cai a chuva mas,  não importa a situação, mas sempre juntos...
Na festa da escola, vejo pais na platéia aplaudindo ansiosos pela entrada triunfal de seu filho assoviam alto e se levantam...
Eu me apresentei bem e nem por isso ganhei um toque de mãos tipo:
“ Você foi dez meu filho!” Como o pai daquele outro menino falou.
Tudo bem acabei me misturando com os outros coleguinhas e deixei pra lá, não é a primeira vez que eu vejo. São várias apresentações durante o ano todo e que eu me lembre, o me pai não veio em nenhuma...
Também vejo pais segurando a bicicleta, ensinado seus filhos a guiarem, como é legal ver o pai vibrando, pedindo que só olhe para frente e quando ele solta, o filho nem se dá conta de que está guiando sozinho e o pai grita “ você conseguiu filhão”!
Mas que eu me lembre, não foi o meu pai quem segurou para que eu aprendesse.
Muitas vezes eu fico chateado por ter um pai tão ausente. Que não se importa comigo, não tem vontade de ser o meu melhor amigo.
Talvez porque tenha uma nova família, novos filhos. Continuou imaginando pais e filhos.
Sei que existe ex-mulher, mas ex-filho só fiquei sabendo agora com a falta que sinto do meu.
Ainda não pensei o que eu quero ser quando crescer, talvez seja cedo para pensar. Só sei que não quero ter um filho que fica longe de mim por causa de coisas que ele não teve nada a ver, os filhos não pedem para nascer.
Ah! Quero ser um pai diferente... Passear com ele em lugares que nem precisa ter dinheiro, tipo na pracinha, no campinho jogando bola, no supermercado, até na padaria da esquina, mas sempre juntos, tomando sorvete, assistindo o jogo na TV ou olhando a chuva cair pela janela...
Quero mostrar para o meu filho tudo que eu sentirei por ele, muito amor.
Mesmo que a vida me traga uma nova família, quero continuar o meu número de filhos com o meu número 1.
Os pais que não são assim perdem a alegria de um filho ao vê-lo chegando do trabalho e ganhar um abraço bem apertado.
Eu gosto de... E de... Snifs!!!! Deixa pra lá, ele nem sabe do que eu gosto ou o que eu penso. Sou apenas criança e já sei o que é sofrer na vida. Mesmo com esforço da minha família para que eu seja feliz, eu achava que sentia falta de alguma coisa, me dá um vazio quando vejo os outros pais brincando com os filhos, tipo o meu padrasto com minha irmãzinha.
Eh!
O mundo é assim, estranho, cheio de coisas boas e ruins, tudo que sei é que não quero ser revoltado com uma pessoa que nem pensa em mim. Sei que nem todas as pessoas são iguais, e vou me esforçar para ser uma pessoa especial e dá valor às pessoas que me amam de verdade e, que mesmo assim eu sou feliz sim.
E então o menino sorriu ao ver a mãe vindo em sua direção e saiu correndo, pulando e se abraçaram como se não a se vice a dias e eram só horas e num suspiro profundo disse em voz alta.
É! Eu amo a minha mãe. Ela não entendeu nada, apenas respondeu: também te amo meu filho e muito, nunca duvide.
Mayala Morenna

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