Apaixonados e embriagados de amor
corriam pelas ruas até cair num canto qualquer em meio às cócegas e risos
despertando inveja aos maus amados que ali passavam...
No entanto em um dia chuvoso ela
saia correndo molhada no meio da rua procurando abrigo, no mesmo instante em
que ele passava com seu guarda chuva, e ao avista- La unindo-se de baixo do
mesmo e se beijava, como um filme no meio da tarde, mas era real. Era como se
não se vessem há anos, ontem à noite. E o pobre guarda chuva quase perdido ou
despercebido trocava de mãos, ele jamais se importaria em encharcasse, mas
deixa-la molhando, nunca.
Perfeito cavalheiro ou anjo da guarda, mas nem
todo tempo era assim, de flores...
De vez enquanto se pegavam em
incansáveis discutições por fofocas, desculpas, choros, afagos e por fim, o
amor gritava mais alto e faziam as pazes.
Subsistir.
Apesar dos contras, permaneciam sempre
juntos.
Convincentes.
Convincentes de si mesmos pobres
insanos e tolos cruzavam seus caminhos mal sabiam que a volta sempre vinha de
novo e de novo.
Idas e vindas marcavam corações, ele
para um lado, ela para o outro. Apesar da multidão em volta o retorno era
certeiro, infeliz era quem cruzasse seus caminhos tortos. Corações cravados não
se dispersam com poucas coisas, poucas diante do imenso amor dos eternos ex -
namorados.
Ela de mãos dadas com um novo
candidato, mas um olhar fixo e vingativo era lançado sobre ele, nem um pouco
inofensivo. Ele na mesma rua abraçado com outra, mas assim que via sua amada se
afastava imediatamente da tal que ficava largada num canto, rejeitada.
Criancice.
Quem mandou se envolver no espaço
oco que existia entre os eles que, na verdade, não se sentiam ex e sim para
sempre de certa forma, amados.
Em uma das idas e vindas ele
conheceu alguém que lhe tirou a liberdade de ir e vir e responsabilidades lhe
cercaram.
Era hora de parar por ali.
Deixar-se ficar.
E olhando nos olhos de sua amada disse:
“Te amo, mas vou ter que ficar com ela”.
Promíscuo.
Corações foram partidos naquele
dia e um forte abraço foi dado, o ultimo. Um pouco de cada um morreu naquele
dia. Claro que ela sábia e compreensiva resolveu tirar o time de campo indo embora
não só da vida dele, mas do seu mundo, do estado, apesar de apegada com a
família achou melhor desgarrasse daquele amor que não mais podia ser
correspondido.
Ela sabia que recaídas o traria
de volta como sempre nas noites quentes ou madrugadas frias.
Perspicaz.
Afastou se.
Foi preciso.
O telefone tocou, era ele. Trêmula
quase não conseguindo falar, só disse: “não gosto daqui, aqui é muito ruim
ficar longe de você e...” e então ele diz que a amava insistindo que ela
voltasse, mas não, era orgulhosa demais para voltar atrás. Desligou o telefone.
Silencio soluços e lagrimas imersa se juntaram aos descompassados batidos de corações,
nos dois lados.
Tum, Tum... Tum, Tum... Tum, Tum.
Solicitude
.
E os anos se
passaram... Um, cinco, dez, dezoito anos...
Dois caminhos, com uma nova história, em terras
e mundos diferentes destino indulgente, que outra vez reencontra ambos. Na
mesma terra, no mesmo mundo com o mesmo sentimento, estes retidos mostrados
apenas por quatro olhares e um par de corações ofuscados.
Silencio inócuo.
Mais uma noite de sono perdida em meio a
lembranças, boas, momentos felizes. De antes. Mas desta vez sem obcecar, sem
minúcia ou ousadia daqueles dias.
Á espera de mais um encontro, do
próximo ou do único, ainda que se passem mais vinte, trinta anos em caminhos
diferentes uma ajuda do destino sempre unindo um ao outro de alguma forma, em
algum lugar, com ou sem contato físico unido por uma lembrança, um coração, mas,
se nenhum pudor.
Mayala Morenna
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