segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Destino


                                                                       
                                                                                                                                 
                                                        
Apaixonados e embriagados de amor corriam pelas ruas até cair num canto qualquer em meio às cócegas e risos despertando inveja aos maus amados que ali passavam...
No entanto em um dia chuvoso ela saia correndo molhada no meio da rua procurando abrigo, no mesmo instante em que ele passava com seu guarda chuva, e ao avista- La unindo-se de baixo do mesmo e se beijava, como um filme no meio da tarde, mas era real. Era como se não se vessem há anos, ontem à noite. E o pobre guarda chuva quase perdido ou despercebido trocava de mãos, ele jamais se importaria em encharcasse, mas deixa-la molhando, nunca.
 Perfeito cavalheiro ou anjo da guarda, mas nem todo tempo era assim, de flores...
De vez enquanto se pegavam em incansáveis discutições por fofocas, desculpas, choros, afagos e por fim, o amor gritava mais alto e faziam as pazes.
Subsistir.                  
Apesar dos contras, permaneciam sempre juntos.
Convincentes.
Convincentes de si mesmos pobres insanos e tolos cruzavam seus caminhos mal sabiam que a volta sempre vinha de novo e de novo.
Idas e vindas marcavam corações, ele para um lado, ela para o outro. Apesar da multidão em volta o retorno era certeiro, infeliz era quem cruzasse seus caminhos tortos. Corações cravados não se dispersam com poucas coisas, poucas diante do imenso amor dos eternos ex - namorados.
Ela de mãos dadas com um novo candidato, mas um olhar fixo e vingativo era lançado sobre ele, nem um pouco inofensivo. Ele na mesma rua abraçado com outra, mas assim que via sua amada se afastava imediatamente da tal que ficava largada num canto, rejeitada.
Criancice.
Quem mandou se envolver no espaço oco que existia entre os eles que, na verdade, não se sentiam ex e sim para sempre de certa forma, amados.
Em uma das idas e vindas ele conheceu alguém que lhe tirou a liberdade de ir e vir e responsabilidades lhe cercaram.
Era hora de parar por ali.

Deixar-se ficar.
E olhando nos olhos de sua amada disse: “Te amo, mas vou ter que ficar com ela”.
Promíscuo. 
Corações foram partidos naquele dia e um forte abraço foi dado, o ultimo. Um pouco de cada um morreu naquele dia. Claro que ela sábia e compreensiva resolveu tirar o time de campo indo embora não só da vida dele, mas do seu mundo, do estado, apesar de apegada com a família achou melhor desgarrasse daquele amor que não mais podia ser correspondido.
Ela sabia que recaídas o traria de volta como sempre nas noites quentes ou madrugadas frias.
Perspicaz.
Afastou se.
Foi preciso.
O telefone tocou, era ele. Trêmula quase não conseguindo falar, só disse: “não gosto daqui, aqui é muito ruim ficar longe de você e...” e então ele diz que a amava insistindo que ela voltasse, mas não, era orgulhosa demais para voltar atrás. Desligou o telefone. Silencio soluços e lagrimas imersa se juntaram aos descompassados batidos de corações, nos dois lados.
Tum, Tum... Tum, Tum... Tum, Tum.
Solicitude
.
E os anos se passaram... Um, cinco, dez, dezoito anos...
 Dois caminhos, com uma nova história, em terras e mundos diferentes destino indulgente, que outra vez reencontra ambos. Na mesma terra, no mesmo mundo com o mesmo sentimento, estes retidos mostrados apenas por quatro olhares e um par de corações ofuscados.
Silencio inócuo.
 Mais uma noite de sono perdida em meio a lembranças, boas, momentos felizes. De antes. Mas desta vez sem obcecar, sem minúcia ou ousadia daqueles dias.
Á espera de mais um encontro, do próximo ou do único, ainda que se passem mais vinte, trinta anos em caminhos diferentes uma ajuda do destino sempre unindo um ao outro de alguma forma, em algum lugar, com ou sem contato físico unido por uma lembrança, um coração, mas, se nenhum pudor.
                                                                                                                                                       
  Mayala Morenna



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