quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Devastador

Devastador























Um dia conheci o crack, foi tudo muito rápido não me lembro quem me deu só me lembro de estar caída no meio da rua. As pessoas passavam e me olhavam, eu parecia dormir um sono profundo quase um sono da morte ou um sono estranho sem vontade de acordar, então me ignoravam.

Não sei quanto tempo dormi, mas, acordei percebi que minha melhor amiga estava perto de mim, ou seja, no mesmo barco o tempo todo acordada. Apalermadas e fora de nós mesmas, éramos duas esquisitas no meio do nada, no meio de pessoas que a gente não conhecia.
Queriá-mos ir para casa, mas era muito longe, na verdade não sabiá-mos mais onde era, mas tentamos nos lembrar sem conclusão alguma.

E novamente duas bobas no meio da rua, ela pensou em chamar um perueiro que sempre levava a gente fiado e depois a gente pagava.
Quando conseguimos um celular qualquer não sei como, o tal perueiro atendeu a ligação, mas se negou dizendo ter ordens expressas para não levar ou trazer, se não tinha dinheiro para a corrida.
Ela apelou insistiu dizendo que sempre pagou as dividas corretamente e que ele não tinha motivos para duvidar da palavra dela, no maior barraco, enfim continuamos ali. Ou melhor, andamos e andamos... 

Até achar uma casa com varias pessoas estranhas na sacada do segundo andar, ao mesmo tempo eu estava lá olhando as mesmas pessoas que não gostavam de mim. Procurei e não encontrei cadê a minha amiga? Ela sumiu, mas não dei muita importância.
Eu cumprimentava as tais pessoas e fui ignorada mais uma vez, depois cumprimentei um irmão da igreja sem rosto certo como eu fazia todos os dias com a paz do senhor! Ele “não me respondeu do jeito certo que eu esperava pelo contrario, respondeu um simples oi e a palavra à paz do senhor” vindo da boca dele naquele momento me fez muita falta, na verdade eu não sabia o porquê tanto desprezo comigo e cai em prantos sem nexo.

De repente eu me vi num casebre comendo qualquer coisa que não consigo definir e via buracos, vários buracos eu queria tapá-los com trapos de pano, mas eram tantos buracos e eu não tinha como vedar todos. No mesmo instante eu via cobras saindo por todos os lados inclusive no teto. Eram najas, sucuris, cascavéis, corais e muitas outras espécies, mas não me atacavam. Ainda assim eu jogava água suja, elas se assustavam e saiam de fininho e logo vinha outra no mesmo lugar e eu com olhos esbugalhados apenas gritava.

Agora tenho certeza que eram alucinações, mas vai explicar pra mim naquele momento insano. Tinha uma sede de provar que não era viciada, com a boca seca ao mesmo tempo estômago embrulhando. Não sei exatamente pra quem eu fazia questão de provar inocência e em minha mão um livro de 115 paginas de perguntas e se respondesse 50% certo não estaria tão mal assim, embora eu mesma me recusasse acreditar que sim e muito dependente de droga. As perguntas eram fáceis tipos;

De que cor era o cavalo branco de Napoleão?  Mas não conseguia de forma alguma me lembrar da resposta. De algum modo meu cérebro não tinha informações de segundos atrás então em seguida passava para a próxima pergunta:
O palhaço pipoca dava cambalhotas!
Qual é o nome do palhaço? Eu simplesmente não sabia responder, enfim acabei fechando o livro de perguntas sem acertar uma e mais uma vez fui ignorada pelas pessoas, pela família e pelos amigos, que amigos, não vi nenhum e eram tantos. 

E não podia ver uma moeda, queria comprar droga a qualquer custo e achava sempre um rapaz para comprar para mim em um outro lugar.
Ao mesmo tempo não era qualquer moeda que dava o valor certo daí eu ficava feita louca e suja como uma mendiga e cabeça totalmente vazia.
Eu queria sair dali, daquela vida, daquele lugar, mas não sabia como então, acordei.
Apesar de eu nunca ter se quer experimentado o crac, usei e senti o gosto ruim nas veias no sonho e quase morri intoxicada no mais terrível pesadelo.
É assim que você fica.
E é assim que se sente.
E é assim que vai terminar os seus dias sem amigos, sem família, ignorado por toda sociedade.
Sua memória vai sumir de você, e só vai encontrá-la se for capaz de se resgatar a tempo.
Tornara-se um vegetal, sem cérebro e sem raciocínio à espera da morte.

Então acorde pra vida enquanto há tempo.

O que acontece com você não é apenas pesadelo que a gente acorda e ta tudo bem. 
Pode crer, é a mais pura realidade.
                            

             O crack é a treva, o sufoco e a morte.

                                      E Deus é a luz, é o ar é a vida.
O diabo é droga, Jesus é vida eterna.
A reposta para todos os seus medos está em Deus, procure-o.

                  





  Mayala Morenna

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