quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Coisas de Mayala Morenna


O Inexplicável...


Meus dias se tornaram escuros, no momento acinzentado, mas sei que clarearão algum dia.
Mas por enquanto...
Meu sorriso se escondeu atrás da tristeza estampada em meu rosto.
Em meu coração, um vazio, bate regularmente conforme o meu ciclo de vida sem vontade própria.
E não tem se quer motivos para estar saltitante, apenas bate obedecendo a lei da vida. Ao fechar os olhos ainda posso ouvir o eco das gotas de sangue invisíveis que pingam lentamente, é como tic tac de relógio dentro de mim.
Não encontro uma forma de aprender a preparar ou confortar meu próprio coração.
Sou humana e muito mais frágil do que eu pensava, pois a barra é pesada demais e difícil de segurar, mas, no entanto morrerei tentando...
Ando, para onde preciso ir.
Como, a fome não me deixa e bebo por que a sede está o tempo todo em minha boca e a água perto de mim. Durmo, por que o sono me ronda a face e acordo por que obedeço às ordens do pai.
Sou como um alie em corpo de mulher, alma de mulher e coração robótico.
Faço tudo que preciso, cumpro leis, mas no fundo, bem lá no fundo sinto-me oca, ainda assim não sei como pode sair água salgada dos meus olhos, quanto mais enxugo, mais saem, até dormindo eles lacrimejam sem minhas ordens e acordo com olhos enxados sem explicação.
O sofrimento que tenho por dentro não pode ser tirado, nem trocado por todo o ouro do mundo, ainda assim eu seria pobre.
O meu bem mais valioso se foi, nem o tempo pode apagar tamanha dor dentro de mim.
 Nem mesmo a vida.
Minha voz diminuiu automaticamente e meus olhos parados gritam.
Grito por dentro rasgando o meu coração e mesmo assim a minha voz não alcançou os ouvidos de Deus...
Meu medo, talvez não tenha nenhum, pois o maior deles se foi ao perder o grande amor da minha vida, a minha Mãe...
“Senhor ouve a minha oração, e chegue a ti o meu clamor”.
Não esconda de mim o teu rosto no dia da minha angustia, inclina para mim os teus ouvidos; no dia em que eu clamar, ouve-me depressa.
Por que meus dias se consomem como fumo, e meus ossos ardem como lenha.
O meu coração está ferido e seco como a erva, pelo que até me esqueço de comer o meu pão.
Já os meus ossos se pegam á minha pele, em virtude do meu gemer doloroso.
Sou semelhante ao pelicano no deserto; sou como um mocho nas solidões.
Velo, e sou como “o pardal solitário no telhado”. (Salmos 102)




Mayala Morenna

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