O Inexplicável...
Mas por enquanto...
Meu sorriso se escondeu atrás da
tristeza estampada em meu rosto.
Em meu coração, um vazio, bate
regularmente conforme o meu ciclo de vida sem vontade própria.
E não tem se quer motivos para
estar saltitante, apenas bate obedecendo a lei da vida. Ao fechar os olhos ainda
posso ouvir o eco das gotas de sangue invisíveis que pingam lentamente, é como
tic tac de relógio dentro de mim.
Não encontro uma forma de
aprender a preparar ou confortar meu próprio coração.
Sou humana e muito mais frágil do
que eu pensava, pois a barra é pesada demais e difícil de segurar, mas, no
entanto morrerei tentando...
Ando, para onde preciso ir.
Como, a fome não me deixa e bebo
por que a sede está o tempo todo em minha boca e a água perto de mim. Durmo,
por que o sono me ronda a face e acordo por que obedeço às ordens do pai.
Sou como um alie em corpo de
mulher, alma de mulher e coração robótico.
Faço tudo que preciso, cumpro
leis, mas no fundo, bem lá no fundo sinto-me oca, ainda assim não sei como pode
sair água salgada dos meus olhos, quanto mais enxugo, mais saem, até dormindo
eles lacrimejam sem minhas ordens e acordo com olhos enxados sem explicação.
O sofrimento que tenho por dentro
não pode ser tirado, nem trocado por todo o ouro do mundo, ainda assim eu seria
pobre.
O meu bem mais valioso se foi,
nem o tempo pode apagar tamanha dor dentro de mim.
Nem mesmo a vida.
Minha voz diminuiu
automaticamente e meus olhos parados gritam.
Grito por dentro rasgando o meu
coração e mesmo assim a minha voz não alcançou os ouvidos de Deus...
Meu medo, talvez não tenha
nenhum, pois o maior deles se foi ao perder o grande amor da minha vida, a minha
Mãe...
“Senhor ouve a minha oração, e
chegue a ti o meu clamor”.
Não esconda de mim o teu rosto no
dia da minha angustia, inclina para mim os teus ouvidos; no dia em que eu
clamar, ouve-me depressa.
Por que meus dias se consomem
como fumo, e meus ossos ardem como lenha.
O meu coração está ferido e seco
como a erva, pelo que até me esqueço de comer o meu pão.
Já os meus ossos se pegam á minha
pele, em virtude do meu gemer doloroso.
Sou semelhante ao pelicano no
deserto; sou como um mocho nas solidões.
Mayala Morenna
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