quarta-feira, 23 de maio de 2012

Lar doce



Lugar frio, sombrio logo que cheguei à portaria percebi, apesar do sol ainda posto não pude ver claridade alguma e despreparada de qualquer emoção entrei...
Corredores, rampas e corre mãos por todos os lados, portas fechadas que eram precisas, não se tratava de um presídio, mas não deixava de certo ser um cárcere e nada fizeram pra estar ali Só. amaram e cuidaram a vida toda dando o melhor de si, com sangue e suor e ainda assim foram parar no asilo.
No meio de tanto frio de afeto não pude ver um sorriso e isso me entristeceu por dentro, mas me mantive solo.
Ah, quanta lamentação, quanta lembrança boa no coração e saudade então, esta nem fazia idéia até ver olhinhos ingênuos brilhando acumulando lágrimas que não se continham e não se inibiam em rolar mais uma vez. 

Existia um rio escondido dentro deles e eu nada podia fazer só perguntar pra mim mesma o porquê de tanto abandono, de tanta frieza...
Os idosos vivem em um mundo fechado anti -social e egoísta, mas só estão ali pra viver o hoje. 

Nem só por estarem juntos quer dizer que estão unidos literalmente, diferente do que imaginamos.
Que loucura o meu querer de abraçar todos eles de uma só vez, se só tenho dois braços, ou se pelo menos pudesse passar algo de bom através de  minhas palavras, mas naquele momento sem entendimento seriam indulteis.
Asilo, palavra forte com jeito de morte, morte de amor fraternal, apesar do bom trato na medida do possível nada se iguala a o de um verdadeiro lar. Família? Como pode alguém não ter paciência e naturalidade de cuidar de um idoso desprovido de saúde, idoso esse se não fosse insano incapaz, com certeza chamais colocaria você em um lugar semelhante.
Texto:Mayala Morenna

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