Tenho saudade de algo que nunca tive, sinto um vazio que não
consegue ser preenchido ao longo do tempo e isto me faz sair dos olhos uma água
salgada... Um pouco do mar veio parar em mim.
A noite escura é minha insistente companhia e nem vi a
aurora chegar.
Meus olhos trêmulos tentam ceder, já não conseguem ficar
abertos como antes e meu coração triste angustiado está ocupado, batendo
lentamente descansando...
Durmo, mas meus ouvidos inquietos querem ir além. Ouso algo
de longe, mas minha total consciência sonolenta não me deixa acordar, sono
pesaaaaado! Ainda durmo.
Não sonho somente coisas boas, meus pesadelos me cercam e
ouso gritos horríveis de alguém que tento ajudar, mas não consigo, pois estou do
outro lado.
Caio em um abismo sem fim levo um susto me despencando como
se eu fosse uma pedra, mas do nada me seguro em nada e saio ilesa. Vôo para
todos os lados como se eu fosse uma... Águia, mas não tenho asas, bato os
braços sentindo o vento e admirando tudo lá de cima... Lá do alto.
Pouso em uma árvore centenária e penso como um galho tão
fino pode me segurar, “como pude voar”.
Recebo um troféu, ganho aplausos por um trabalho que ainda
nem foi apresentado, mas me orgulho ao receber os aplausos de pé e me toco “como
souberam”, mas não me incomodo... Sorrio, fecho os olhos e suspiro fundo.
Sinto um cheiro de algo que não consigo definir, acordo nomeio de fumaças acinzentadas que me ardem os olhos
e me sufocam.
Tento respirar, mas não consigo. Estou sem ar, tenho medo de
morrer e tento gritar...
Grito, mas ninguém me ouve, ninguém me vê e minha voz sumiu.
Então me desespero me debatendo feito louca até acordar quem eu pensava que
dormia e de mim esquecia.
Sinto um vento forte, um sopro, talvez seja a morte, mas
meus olhos pregados como se com cola, não consigo abri-los.
Socorro!
Sinto o vento novamente, desta vez mais forte e pude abrir
os olhos e vi deus...
Mas não morri. Não foi desta vez.
Ele me sorriu abrindo os barcos para que eu pudesse
abraçá-lo, assim, eu me sentiria protegida e mais segura, então, chorei...
Senti que de dentro
de mim saía uma voz que fora atravessada através do abraço que me dizia:
“tenha fé, você vai conseguir”
Suspirei aliviada, apaguei com borracha todos os meus erros,
estudei com mais atenção toda a minha
vida para que eu não errasse novamente pelo mesmos erros.
Aquele pessimismo que me seguia como uma nuvem negra saiu da
minha volta.
Sinto-me protegida por um raio de luz que ninguém vê. Qualquer
um pode sonhar cair, se debater ou quase morrer, mesmo em sonho só a mão de Deus pode nos trazer de volta ao mundo real.
Mayala Morenna
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