sábado, 26 de maio de 2012

Socorro


Tenho saudade de algo que nunca tive, sinto um vazio que não consegue ser preenchido ao longo do tempo e isto me faz sair dos olhos uma água salgada... Um pouco do mar veio parar em mim.
A noite escura é minha insistente companhia e nem vi a aurora chegar.
Meus olhos trêmulos tentam ceder, já não conseguem ficar abertos como antes e meu coração triste angustiado está ocupado, batendo lentamente descansando...
Durmo, mas meus ouvidos inquietos querem ir além. Ouso algo de longe, mas minha total consciência sonolenta não me deixa acordar, sono pesaaaaado! Ainda durmo.
Não sonho somente coisas boas, meus pesadelos me cercam e ouso gritos horríveis de alguém que  tento ajudar, mas não consigo, pois estou do outro lado.
Caio em um abismo sem fim levo um susto me despencando como se eu fosse uma pedra, mas do nada me seguro em nada e saio ilesa. Vôo para todos os lados como se eu fosse uma... Águia, mas não tenho asas, bato os braços sentindo o vento e admirando tudo lá de cima... Lá do alto.
Pouso em uma árvore centenária e penso como um galho tão fino pode me segurar, “como pude voar”.
Recebo um troféu, ganho aplausos por um trabalho que ainda nem foi apresentado, mas me orgulho ao receber os aplausos de pé e me toco “como souberam”, mas não me incomodo... Sorrio, fecho os olhos e suspiro fundo.
Sinto um cheiro de algo que não consigo definir, acordo  nomeio  de fumaças acinzentadas que me ardem os olhos e me sufocam.
Tento respirar, mas não consigo. Estou sem ar, tenho medo de morrer e tento gritar...
Grito, mas ninguém me ouve, ninguém me vê e minha voz sumiu. Então me desespero  me debatendo  feito louca até acordar quem eu pensava que dormia e de mim esquecia.
Sinto um vento forte, um sopro, talvez seja a morte, mas meus olhos pregados como se com cola, não consigo abri-los.
Socorro!
Sinto o vento novamente, desta vez mais forte e pude abrir os olhos e vi deus...
Mas não morri. Não foi desta vez.
Ele me sorriu abrindo os barcos para que eu pudesse abraçá-lo, assim, eu me sentiria protegida e mais segura, então, chorei...
Senti  que de dentro de mim saía uma voz que fora atravessada através do abraço que me dizia:
“tenha fé, você vai conseguir”
Suspirei aliviada, apaguei com borracha todos os meus erros, estudei com mais atenção  toda a minha vida para que eu não errasse novamente pelo mesmos erros.
Aquele pessimismo que me seguia como uma nuvem negra saiu da minha volta.
Sinto-me protegida por um raio de luz que ninguém vê. Qualquer um pode sonhar cair, se debater ou quase morrer, mesmo em sonho só a mão de Deus pode nos trazer de volta ao mundo real.
Mayala Morenna

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